segunda-feira, 27 de maio de 2013

Quando o sol bater na janela do teu quarto


É engraçado, você é quem está em ruínas mas eu era a unica que precisava ser salva. Era um sonho, diga-se de passagem bem rápido, um sonho no qual eu não me lembro muito bem, me lembro que eu te fazia adormecer nos meus braços e te via acordar ao amanhecer, com aquela cara de sono toda amassada. Lembro também do seu olhar ao me ver do seu lado, e a lembrança desse olhar ainda me trás a esperança.
Foi um sonho rápido, passageiro, logo então acordei, abri a janela do meu quarto e deixei o sol me ver. Foi aí então que eu percebi que eu me perdi. Nós nos perdemos. Para nós mesmos, ou seja, perdemos para quem a gente é. E você foi como todos os outros, você foi embora. Talvez de um jeito covarde, talvez de um jeito sensato e honesto para o nosso próprio bem. Ou talvez, por medo, medo da felicidade, do futuro, medo de sentir medo.
E eu ainda ali parada na janela, olhando aquele céu azul, vem um vento frio, e a imagem de você dormindo nos meus braços volta novamente. Mas junto com esse vento meu pensamento voa com ele. E me lembro de uma frase que me falaram quando você se foi "Só nos ensinam a ir atrás, vencer e persistir, essas coisas. Nunca dizem que, pontualmente, desistir pode ser uma atitude bem esperta." Aí então penso, desistir foi e sempre será a melhor opção, mas não aquela mais esperta de me fazer esquecer de momentos. E no fim o que restou foi o silêncio.
Fecho meus olhos, com a alma tranquilha, deixo o vento levar toda e qualquer sensação negativa que possa existir em mim.
E ao abrir meus olhos, segui tocando a vida. Porque, no fundo, sabia que era tudo o que podia fazer. Viver e ter esperança. Quem sabe um dia a gente não se encontra?
- Bruna Andrade

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